Continuez : je vous en
prie !
As pessoas ficam vivas
umas pelas outras. Só deixamos de existir quando não há alguém ou uma causa que
nos faça sentir vivos.
Viver diz respeito a
ter alguém conosco, em nossas lembranças em nossos corações. De modo geral as
pessoas vivem em nossas memórias.
Quando alguém se vai,
o mundo não vai com ele.
Para este alguém
oferecemos o mundo do nosso amor, da lembrança de nossas vivências.
Um filho que alça voo
solo só é solo para ele porque para nós permanece o conjunto, os sonhos, a
torcida, as orações, as lágrimas da saudade e alegria, a esperança de sucesso
em seu porvir.
Quando alguém parte
para novos caminhos, nova dimensão, nova experiência, o mundo só para na hora
da despedida, do abraço apertado, da oração, do olhar que celebra o que de bom
passou ou da liberdade almejada.
Momentaneamente o
mundo para e, na sequência, damos corda no relógio porque nosso tempo não pode
parar. A vida tem que seguir.
Só deixamos de existir
quando não houver alguém ou uma causa que nos faça sentir vivos.
Viver diz respeito a
ter alguém conosco, em nossas lembranças em nossos corações.
Destino não é uma
loteria, uma determinação genética, econômico-social. É consequência da força
de nossa alavanca emocional, de nossa vontade de seguir em frente mesmo com
horizontes que pareçam muito distantes – eles nos fazem caminhar.
Não é fácil consolar a
quem perde alguém ou alguma coisa.
Cabe à vida
encarregar-se disto. Só precisamos estar juntos e mostrar que as pessoas
permanecem vivas umas pelas outras sem que nossas vidas fiquem nas mãos delas.
Sobrevivemos às
despedidas e os ciclos vão se renovando dando energia para atravessarmos os
dias.
Dê o que der, não há
outra alternativa.
Temos que lutar nossos
combates, empurrar obstáculos, sacudir emoções, sentir amores, atingir
necessidades.
É o universo para ser
vivido, doa o que doer.
Com frequência
sofremos muito com poucas coisas. Se é para sofrer que seja com grandes causas,
com grandes coisas; se não, não vale a pena. Lutar por um amor, pela família,
pela nação, pelo respeito à vida, vale a pena.
Também porque grandes
alegrias substituem grandes sofrimentos.
O caos exige mudanças.
Depende de nós.
É difícil? É. Mas é
possível.
Fora isto seremos
inodoros, amorfos e insípidos. Gosto de pessoas com cheiro, com forma, com
sabor. Com vida.
Je Vous en Prie:
Continuez
Text: Luiz Alberto
Silveira
Photo :Helga