O Tempo
Sou
do tempo em que minha rua
Se
chamava Jaguaruna
Do
tempo em que
só
rádio existia.
Tamoio,
Nacional do Rio de Janeiro
Guarujá,
Diário da Manhã.
Notícias
do Repórter Esso, Balança mas não cai.
O
Direito de Nascer e de encher.
Do
tempo em que nada corria ligeiro.
Do
tempo da Ângela Maria que dizia:
"Para
uma voz que encanta,
Pastilhas
Valda na garganta"
e
daquele comercial do
"Melhoral que é melhor e não faz mal".
Do tempo em que as noites eram limpas
E
se brincava de contar estrelas.
Porque
tinha estrelas "prá" se ver,
e
de tanto contar até se perder.
e
dos sapos a coaxar.
E
do amanhecer ouvindo os galos a cantar.
Do
tempo dos grandes cantores
exímios
tenores:
italianos,
mexicanos.
Das
letras com poesia
românticas
havia.
Sem
apelos sensuais
e
de convites banais.
Sou do tempo da Lagoa
formosa
"limpinha e
cheirosa"
melhor
na voz de Neide Maria Rosa.
Do
tempo do Mira Mar
e
da solitária Ilha do Carvão.
Tudo
em vão.
Barca
Quatro, Adolfo, Corvina,
Capa
Preta, Velha Traça,
e
da doce Lurdes da Loteria.
Quanta Graça !
Sou
do tempo sim
mas
vou chegando
até
quando não sei
ou
se ainda serei !
Text : De Elbe Duarte
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