A maturidade nos dá muitos direitos.
A mim, permitiu ter cabelos compridos, coisa que minha mãe não
deixava quando criança porque tirava a força do crescer e eu era - ainda sou -
magrela.
Usar as cores que quiser,
tanto na roupa de cima ou de baixo, quanto no batom, sem o olhar punitivo do
pai. Dormir e acordar quando me der vontade.
Esperar uma madrugada toda
só para ver o sol nascer.
Sair de casa antes de amanhecer para esperar que o dia chegue
sem ter que dar satisfação a alguém. Depois contar e rir muito ao ser
chamada de louca.
A maturidade me trouxe à tona pequenas loucuras acumuladas ao longo
dos anos e que - ainda bem - soube administrar.
Hoje, lido bem com tudo
isso. Não sofro porque os três filhos já estão voando nesse mundão, ao contrário,
sinto um dever cumprido. E bem. Nessa maturidade que vivo agora, não cabem mais
ofensas, controles, punições ou julgamentos.
Quanto ao futuro, que venha. Nada sei sobre ele tampouco pretendo
saber. Quando as surpresas chegarem, estarei de braços abertos e as apertarei
contra o peito com o mesmo amor. E se vierem as ruins? Terei força, prometo.
Ainda dá tempo e eu sei
disso muito bem. Enquanto o futuro não chega, enquanto os novos sabores,
quereres, amores não chegam, vou prosseguir sorrindo em cores.
Vai um vermelho aí?
Text : Roseli
Broering, 2015/2022
Photo by Helga ( Sambaqqui beach )
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