06 abril, 2025

Ah, como eu gostaria de ter dito Adeus !

 

Ah, como eu gostaria de ter dito Adeus.

 

“Dizem que, quando uma pessoa completa sua missão na Terra, ela parte.

Como se não tivesse mais nada a realizar aqui. Mas somos nós, que ainda permanecemos, que precisamos encontrar sentido na dor, para que ela não nos aprisione e nos impeça de enxergar o propósito de nossa própria jornada. E, por enquanto, o que nos resta é paciência.

Paciência, acima de tudo, conosco mesmos. Não há manuais, nem fórmulas prontas para atravessar o luto. Ele é íntimo, único, moldado pela relação que tivemos e pelo vazio que ficou.

 Forçar-se a mascarar essa dor para o conforto alheio só prolongará o sofrimento, nos deixando presos em um labirinto do qual será ainda mais difícil escapar.

Precisamos buscar apoio naqueles que nos amam, tal como crianças que precisam de mãos firmes para guiá-las por terrenos desconhecidos.

Permitamos que essas pessoas nos ajudem a percorrer o caminho sombrio do luto, esse mistério inevitável que todos enfrentaremos algum dia.

 Lembremos, como disse C.S. Lewis após perder sua Alegria, que a dor que sentimos hoje é o reflexo do amor e da felicidade que um dia tivemos.

Passar por uma dor tão profunda é como renascer. É atravessar um canal escuro e apertado, onde a luz parece inatingível.

Mas, eventualmente, levantamos a cabeça e percebemos o sol novamente. Outros sorrisos nos alcançam, outras mãos nos seguram, e entendemos que não estamos sozinhos.

Que a perda, por mais única que pareça, é parte de algo maior e universal.

Acima de tudo, percebemos que os nossos entes queridos continuam a viver dentro de nós, no amor que permanece.

E o maior presente que podemos oferecer a eles é viver plenamente agradecendo pelos momentos que compartilhamos e confiantes de que, um dia, estaremos juntos outra vez.

 Ah, como eu gostaria de ter dito Adeus !

 

Text: autor desconhecido

Photo by  onkel Martin Scmoeltz

My parents* Meus Pais