Mãe é quem fica. Depois que todos vão !
Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga.
Depois que todos dormem. Mãe fica.
Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica.
Uma vez que você tenha um
filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte
sempre fica.
Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se
brincaram como deveriam.
Se a professora da escola é
gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.
Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar
com a cria.
Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que
a tosse melhorou.
Fica com o resto da comida
do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.
É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No
olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.
Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo
vai embora. Quando as certezas se desfazem. Mãe fica.
Mãe é a teimosia do amor, que insiste em permanecer e ocupar todos
os cantos. É caminho de cura.
Nada jamais será mais transformador do que amar um filho. E nada
jamais será mais fortalecedor que ser amado por uma mãe.
É porque a mãe fica, que o filho vai. E no filho que vai, sempre
fica um pouco da mãe em um jeito peculiar de dobrar as roupas.
Na mania de empilhar a louça
só do lado esquerdo da pia. No hábito de sempre avisar que está entrando no
banho.
Na compaixão pelos outros.
No olhar sensível. Na força pra lutar.
No coração do filho, mãe fica.
Texto : Bruna
Estrela
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